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Fogo já consumiu mais de 10% do Pantanal em 2020

Fogo já consumiu mais de 10% do Pantanal em 2020

20/08/2020 11h09 - Atualizado em 20/08/2020 às 11h09
Fogo já consumiu mais de 10% do Pantanal em 2020
© Chico Ribeiro/Governo do Mato Grosso Incendios florestais entre Miranda e Corumbá (MS)

Região sofre com queimadas que já atingiram pelo menos 17 mil quilômetros quadrados. Extensão e velocidade com que as chamas se espalham assusta quem monitora a região. Especialistas já contam com redução de espécies.

Assustador e sem precedentes: é assim que, quem conhece e monitora o Pantanal, descreve a situação da região, continuamente castigada por incêndios. Só em 2020, o fogo já consumiu 17.500 quilômetros quadrados de mata, o equivalente a mais de 10% da área do total de um dos biomas mais importantes do mundo.

Desde 1998, quando o monitoramento das queimadas no Pantanal foi iniciado pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), nunca houve tantos focos de calor entre janeiro e agosto como agora: foram 7.727 registrados até 18 de agosto. Um aumento de 211% em relação ao mesmo período do ano ado.

O fogo no Pantanal não tem poupado sequer animais que conseguiam escapar das chamas a tempo: cenas de jacarés, macacos, cobras e antas carbonizadas chocam quem trabalha na região.

Bombeiros têm encontrado animais carbonizados nos incêndios florestais
Bombeiros têm encontrado animais carbonizados nos incêndios florestais
© Chico Ribeiro/Governo do Mato Grosso Bombeiros têm encontrado animais carbonizados nos incêndios florestais

“A extensão, a velocidade com que as chamas se espalham é assustadora”, afirma Felipe Dias, diretor executivo do Instituto SOS Pantanal. Os prejuízos materiais e o impacto sobre a vida natural ainda estão sendo levantados. “O problema é que o fogo tem sido recorrente. Ele normalmente não voltava a uma região atingida. O que vemos agora é que os incêndios estão se repetindo nas mesmas regiões”, completa.

Ação humana

“Historicamente, a mobilização dos órgãos oficiais para combater o fogo começa em julho. Mas neste ano já estamos lutando desde fevereiro, tentando evitar com que as chamas cheguem em áreas protegidas e até em escolas”, diz à DW Brasil Angelo Rabelo, que implantou na década de 1980 a Polícia Ambiental em Corumbá, Mato Grosso do Sul, e fundador do Instituto Homem Pantaneiro.

Iniciado, segundo monitores, em mais de 90% dos casos por ação humana, o fogo encontra uma mata seca, esturricada, que funciona como um combustível poderoso.

“Já está tudo muito queimado, e o fogo ainda não acabou. Estamos à espera de uma grande chuva”, lamenta por sua vez Neiva Guedes, pesquisadora e presidente do Instituto Arara Azul, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

Os indícios de que essa seria uma temporada severa vieram em fevereiro, época em que o Pantanal deveria estar coberto pela água. A área sofre influência dos rios que drenam a bacia do Alto Paraguai e que, quando transbordam durante a época de chuvas, de novembro a maio, alagam até dois terços da planície.

“Estamos num ano extremamente seco, poucas chuvas e, na maior parte dos rios, não teve inundação. Foram poucas chuvas e pouca inundação, com temperaturas muito altas”, comenta o cenário prévio à catástrofe Danilo Bandini, pesquisador da UFMT, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Incêndios destruíram área do Pantanal perto de Corumbá (MS)
Incêndios destruíram área do Pantanal perto de Corumbá (MS)
© Ascom/CBMMS Incêndios destruíram área do Pantanal perto de Corumbá (MS)

Refúgio ameaçado

Numa zona pantaneira de difícil o em Mato Grosso, o entorno do refúgio das araras azuis ainda está em chamas. O santuário, área repleta de bocaiúvas, um tipo de palmeira, dentro de uma fazenda, abriga 20% da população dessa ave no Pantanal.

“O refúgio é um lugar único”, afirma Neiva Guedes, que estuda as araras azuis há três décadas. “A gente sente como se fosse a nossa própria pele queimando”, diz sobre o choque diante do cenário atual.

A queimada, que teria consumido 70% da fazenda onde fica o refúgio, traz um impacto grande sobre a espécie. “Ninho com ovos e filhotes são perdidos, há mortalidade por fumaça, calor, estresse dos pais, a perda de araras, das cavidades que elas ocupam”, diz Guedes.

As repercussões vão perdurar. “A médio e longo prazo, haverá falta de comida, de água. Aumenta a predação de juvenis e de adultos porque falta comida, há briga pelas cavidades”, explica a pesquisadora.

As conclusões vêm da experiência de 2019, quando o fogo destruiu parte do Refúgio Ecológico Caiman, em Miranda, no Mato Grosso do Sul, e atingiu ninhos de araras. Propriedade particular, a fazenda desenvolve três atividades: ecoturismo, pesquisa de conservação e pecuária.

Fora da lista brasileira de espécies em extinção desde 2014, mas considerada espécie vulnerável na lista internacional, a arara azul pode voltar para a zona de perigo extremo devido aos incêndios.

“É um risco que não só as araras estão correndo. O impacto dessas queimadas é gigantesco. Já pensou nos insetos, que não conseguem voar grandes extensões e que foram perdidos, mas que têm um papel fundamental nos ecossistemas">“Não há como dissociar o que está acontecendo agora com a relação que o homem tem com a natureza. Achar que é normal é um equívoco”, diz Angelo Rabelo, numa referência à pandemia e às queimadas. “Temos que repensar essa relação e cuidar dessas áreas que cumprem um papel determinante para proteger espécies que podem, no futuro, trazer soluções de doenças que ainda nem apareceram”, finaliza.


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